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Acessibilidade Comunicacional: Closed Caption

Data de publicação: 6 de julho de 2017. Categoria: Campanhas – Boas Práticas em Acessibilidade, Você Sabia?

Estenotipista legendando um programa

Closed Caption (Legenda oculta)

Por muito tempo os surdos foram privados dos conteúdos transmitidos pela televisão, ficando isolados de informações provindas desse meio. Com o passar do tempo, foram sendo criados recursos que visavam maior acessibilidade para pessoas com deficiência sensorial. Dentre eles, está o closed caption (CC).

A NBR 15.290 conceitua o CC como “Legenda oculta em texto que aparece opcionalmente na tela do televisor, a partir do acionamento do dispositivo decodificador, interno ou periférico. Disponível somente em televisores que possuam decodificador. Concebida originalmente para surdos”. O sistema permitiu que surdos que dominam a língua escrita oficial do país conquistassem independência ao terem acesso às informações negadas a eles até então por não conseguirem escutar o canal de áudio.

O profissional encarregado da legendagem é chamado de estenotipista e utiliza o estenógrafo computadorizado para produzir as legendas. É ideal que, para desempenhar tal tarefa, o profissional seja um bom digitador, pois necessita digitar em média 160 palavras por minuto.

 

O que a legislação brasileira diz sobre o Closed Caption?

Em 2005, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), publicou uma importante norma sobre a acessibilidade na TV: a NBR 15.290. As emissoras de televisão já eram obrigadas a tornar a programação acessível pela Lei de Acessibilidade de 2000, mas a norma veio padronizar o closed caption como a forma que esse acesso deve ser feito.

De acordo com a NBR 15.290, a legenda oculta deve incluir, além dos diálogos, informações sobre o falante e sobre os personagens em off (fora da cena), a transcrição de sons não literais importantes para a compreensão do texto, por exemplo, latidos, porta rangendo, trovões, onomatopeias; informações sobre o gênero musical, entre outros.

 

Como é feita a técnica?

Vera Lúcia Santiago Araújo, doutora em Letras e especialista em Tradução, explica o método em seu artigo O processo de legendagem no Brasil (2002). O estenógrafo possui 24 teclas que podem ser acionadas simultaneamente, possibilitando uma maior rapidez. As palavras são digitadas pelo som, ou seja, pela fonética aproximada e não pela ortografia, considerado fator fundamental para a agilidade do processo. Quando o profissional digita os fonemas, um programa de computador procura a palavra mais semelhante num dicionário pré-estabelecido.

Segundo a autora, as sete teclas da esquerda (STKPWHR) são pressionadas com os dedos da mão esquerda para criar consoantes iniciais (sons no início da sílaba) e as 10 da direita (FRPBLGTSDZ) criam as consoantes finais. Os polegares escrevem as vogais (AOEU). Para exemplificar que as palavras são digitadas pelos sons e não pela ortografia, dá o exemplo da palavra inglesa “cat” (gato). Diz que para escrevê-la, pressiona-se simultaneamente as teclas K-A-T.

O segundo tipo de técnica usada na produção das legendas ocultas é o reconhecimento de voz, que funciona com base em um banco de dados com milhares de vozes pré-gravadas. Quando o usuário fala, sua voz é digitalizada e os sons emitidos são comparados com aqueles que já estão gravados e, se o programa encontrar semelhanças entre sons de sua coleção e o que foi dito, a palavra aparece na tela em forma de texto. O interessante dessa técnica é que a base de dados pode ser atualizada e personalizada pelo usuário, aumentando a precisão da tradução.

 

Foto: Divulgação

Fonte: NBR 15.290; ARAÚJO. V. L. S.

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